VIVEMOS NUM MUNDO AMBÍGUO DENTRO DE NOSSOS PRÓPRIOS UMBIGOS

Como sair dessa bolha de conforto narcisista criada pelo transe do mundo digital? 

A solução pode ser encontrada através do desenvolvimento do pensamento crítico e a prática da tolerância. Em um universo polarizado, precisamos buscar harmonia, respeitando os critérios e objetivos individuais de cada um. A divisão não beneficia ninguém – nem a nós mesmos, nem à sociedade.

Com a avalanche de informações a que somos expostos, o indivíduo comum se transforma em um robô opinativo. Suas avaliações do mundo são meros reflexos de tudo o que é transmitido pela mídia e redes sociais. Para sair do looping da desinformação, é crucial identificar e compreender os métodos de manipulação e lavagem cerebral.

Não há uma única receita para a felicidade, e por isso não podemos fazer julgamentos sobre o modo de viver de cada um ou sobre seu posicionamento político. O que podemos fazer é identificar se estamos sendo manipulados ou se estamos realmente agindo de acordo com nossos valores, pois não há um bem real e uma virtude verdadeira, ambos são relativos. Porém, se você sinaliza sua assim chamada “virtude” nas redes sociais, dizendo a todos que é tolerante, aberto e compassivo, esperando que as curtidas se acumulem, não está sendo de fato virtuoso. Sinalizar ser virtuoso nas redes sociais não é uma virtude, é autopromoção.

Apesar dos inúmeros benefícios que a tecnologia e a inteligência artificial proporcionaram à sociedade, o que realmente trouxeram para o indivíduo? Hoje, somos constantemente monitorados e direcionados por algoritmos, vivendo sob a custódia de um “capitalismo de vigilância.”

Mas ainda há esperança, se você está lendo este texto, já deu o primeiro passo para sair da bolha. A vontade de se libertar do transe midiático sensacionalista é essencial para escapar da espiral de pânico mental. Entretanto, muitos se sentem confortáveis no mainstream digital, e tirá-los dessa zona de conforto será um desafio.

Sair da Matrix requer resiliência e sabedoria, pois não basta plantar a semente da mudança; é necessário cultivar e cuidar dessa planta para que se transforme em um jardim. Por isso, caro leitor, nossa maior ferramenta para construir um mundo melhor é ser um exemplo para os outros e projetar essa mudança no universo.