Nosso mundo está em constante evolução, e as mudanças que ocorrem são absorvidas de diferentes formas por cada indivíduo. Não é apenas uma questão de pensar diferente sobre o mesmo conjunto de fatos, é uma questão de como a vida se apresenta para cada um de nós. Pessoas que pensam diferente nem sequer estão considerando o mesmo conjunto de fatos que você. Isso torna a questão da diversidade ainda mais diversa do que poderíamos imaginar, porque você não está olhando para o mundo da mesma maneira que os outros.
Não somos todos iguais porque a Terra progride, é diferente a cada período de tempo. Essa evolução se dá através da linguagem, meio pelo qual a cultura, as tradições e os valores são transmitidos e preservados. A linguagem é intrínseca à expressão da cultura e é a principal estrutura para o desenvolvimento humano. Nossos traços de personalidade foram descobertos através dela. Como meio de comunicação de valores, crenças e costumes, a linguagem tem uma importante função social e promove sentimentos de identidade de grupo. Contudo, nossos métodos de comunicação não se assemelham mais aos do passado; a tecnologia trouxe muitas vantagens para a vida humana, mas também tornou nossa linguagem mais subjetiva.
Existem inúmeras formas de subjugar as massas por meio de mensagens subliminares, uma delas é através da propaganda identitária revolucionária. Esse poderoso instrumento de manipulação tem o poder de minar o sistema de crenças de uma pessoa para estabelecer novos paradigmas. Quando o sistema de crenças é minado através de uma linguagem subjetiva, a zona de conforto é colocada em xeque: trabalho, casa, escola, família e muitos outros temas. Governos e organizações vêm usando técnicas psicológicas para quebrar o senso de identidade, o pensamento crítico, e a resistência à autoridade do cidadão. O intuito é o de dividir a sociedade em pequenos grupos; cada qual unido por uma necessidade, um chamado à justiça. Cada minoria acaba por representar uma parte diferente de simpatizantes que poderiam construir uma maioria. Quanto mais apelativa a causa, mais seguidores e mais “lacração”. Sendo o discurso de ódio, sua maior ferramenta, e as redes sociais, seu campo de batalha.
Fatalmente essa fragmentação se refletiu em nossa semântica: termos como “família”, “Deus” e “sexo”, têm seus significados contestados. Ideólogos e pseudo cientistas da atualidade vêm apoiando teorias, e alegando que toda verdade é subjetiva e que todas as diferenças sexuais são construídas socialmente. Este novo sistema de crenças que diz às crianças que o gênero é separado do sexo, não é embasado na ciência da biologia, mas sim na ciência da propaganda política. Em menos de duas décadas, o termo “transgênero” deixou de representar uma escolha de vida e passou a ser uma poderosa agenda ideológica. Atitudes e ideias, que antes eram consideradas chocantes e polêmicas, estão sendo aos poucos normalizadas, e ainda não sabemos qual o efeito a longo prazo.
Adequar-se à ideologia transgênero significa pertencer a uma minoria perseguida, que depende da validação e confirmação contínuas de um público externo. No entanto, segundo Joanna Williams em seu livro “O Impacto Corrosivo da Ideologia Transgênero”, o número total de indivíduos transexuais permanece minúsculo. O fato da ideologia de gênero ter se tornado o principal assunto nas redes mainstream diz-nos mais sobre o resto da sociedade do que sobre os indivíduos transgêneros em si. De acordo com Joanna, pessoas em posições de poder as quais detêm os domínios da mídia, da educação, da indústria farmacêutica, da polícia, do serviço social, da medicina, do direito, do governo local e nacional foram preparadas para se unirem em torno das demandas de uma minoria. As instituições anteriormente autoritárias agora carecem de confiança na sua capacidade de liderar, e olham para a comunidade transgênero como um grupo vitimizado, que pode atuar como fonte de autoridade moral. De acordo com Williams, isso corrói os direitos baseados no sexo e prejudica a proteção à criança. Direitos estes que vêm sendo burlados constantemente em nossas redes de ensino.
Psicólogos e psiquiatras da atualidade contestam que alguns assuntos não deveriam ser abordados entre as crianças, de forma prematura, dentro das escolas. Miriam Grossman é psiquiatra e autora que expressou opiniões críticas sobre determinados aspectos da identidade de gênero, particularmente no contexto da saúde mental e do bem-estar. Ela escreveu vários artigos e livros discutindo suas preocupações sobre o impacto das ideologias de gênero modernas, especialmente no ambiente acadêmico. Em seu livro, “Você está ensinando o quê ao meu filho?: Um médico expõe as mentiras da educação sexual e como elas prejudicam seu filho”, Grossman ergue o véu que jaz sob a abordagem sexual e expõe uma verdade sórdida. Ela afirma que os programas atuais de educação sexual não são baseados na ciência; eles são baseados em mentiras progressistas e em propagandas politicamente corretas que promovem a ilusão de que as crianças podem ser sexualmente livres, sem riscos.
O fato é que a transição precoce pode trazer consequências graves e irreversíveis. Dados indicam que até 82% dos indivíduos transexuais consideraram suicidar-se e 40% já tentaram o suicídio. Uma onda de indivíduos que se arrependeram da transição está instaurando ações legais contra seus médicos por procedimentos aos quais foram submetidos quando ainda eram menores. Todos foram vítimas de uma agenda política venerada por ativistas e disseminada em campanhas das indústrias farmacêuticas. De acordo com o site de notícias The Daily Wire, a Pfizer patrocinou uma organização que incentivava mudanças de sexo infantil, enquanto lucrava com bloqueadores de puberdade e terapia hormonal entre sexos. Muitos medicamentos são prescritos sem as devidas avaliações, pois as indústrias farmacêuticas continuam hesitantes para realizar ensaios clínicos que estudem os efeitos colaterais e os cuidados de afirmação de gênero. Dessa forma, diferentes setores da medicina passaram a explorar caminhos diversos para provar a validade desses medicamentos, inclusive por meios legais e judiciais.
Em alguns lugares dos Estados Unidos, profissionais são obrigados por lei a oferecer conselhos de afirmação de gênero. Médicos e psicólogos estão enaltecendo sentimentos em detrimento de avaliações científicas. Aos moldes deste surto cultural, um pré-adolescente de 13 anos, que sofre de ansiedade e depressão, pode ter como diagnóstico uma transição de gênero. Porém, especialistas fora da corrente mainstream afirmam que a questão saliente é a prevalência da depressão e da ansiedade, e não da disforia de gênero. Os pais devem ficar atentos e participar ativamente das vidas dos filhos, pois a possibilidade de seu filho estar sendo empurrado a uma esterilização cirúrgica por uma ideologia perniciosa é iminente. É crucial filtrar o conteúdo absorvido por crianças e adolescentes, uma vez que ele pode exercer influência prejudicial na formação de suas identidades.
A Era do sentimentalismo tóxico e do politicamente correto é tão agressiva, que se algum pai ou mãe se opõe ao desejo de transição de seu filho, eles serão inequivocamente taxados de preconceituosos, misóginos, excludentes e homofóbicos. Este pensamento de “culto” faz com que qualquer um que discorde da teoria seja cancelado ou chamado de hater. Velhos costumes e instituições de longa data dentro da cultura ocidental estão sendo distorcidas e traçadas de forma que as pessoas nunca as vejam como eram antes. Tradições, que antes eram necessárias para se manter a ordem e o progresso, agora são consideradas opressivas e precisam ser escrutinadas. Alguns acreditam que esta nova cultura, que subverte a consciência ocidental e enfraquece seus valores, está aqui para ver essas estruturas ruírem. E assim, eventualmente, teremos uma revolução no Ocidente. Por isso, há uma preocupação crescente sobre o que parece ser um contágio social de ideologia de gênero na sociedade. Muitos especialistas vêm encarando isso como um desafio psicológico significativo, que beira uma epidemia.
Kathleen Stock é uma filósofa e escritora britânica, reconhecida como uma proeminente feminista crítica de gênero. Em 2019, ela assinou a “Declaração sobre os Direitos das Mulheres Baseados no Sexo”, da Campanha dos Direitos Humanos das Mulheres. Seu livro de 2021, “Material Girls: Why Reality Matters for Feminism“, oferece uma discussão crítica a respeito da teoria da identidade de gênero e de como essa pauta reduziu as referências públicas ao sexo biológico. Stock descobriu que era lésbica aos 30 anos.
“Agarrei o rótulo “lésbica” com as duas mãos, vendo-o como uma conexão psíquica com um mundo de mulheres aventureiras e guerreiras emocionantes, ousadas e corajosas antes de mim, orgulhosamente fazendo suas próprias coisas especiais. Mas quando olhei à minha volta, fiquei desanimada ao ver que outras lésbicas, e particularmente as mais jovens, não se sentiam assim.”
Kathleen Stock
Kathleen Stock se opôs à auto identificação transgênero em relação às reformas propostas para a Lei de Reconhecimento de Gênero do Reino Unido de 2004, e argumentou que permitir a auto identificação ameaçaria uma compreensão segura do conceito “lésbica”. Ela disse que muitas mulheres trans ainda são homens com genitália masculina, muitas são sexualmente atraídas por mulheres e não deveriam estar em lugares onde as mulheres se despem ou dormem de forma completamente irrestrita. Argumentou que não há devida atenção aos benefícios e malefícios que podem ser causados aos demais membros da comunidade, uma vez que todos estão sob a sombra do arco-íris LGBTQIAP +. Em entrevista ao The Guardian, ela argumenta: “Muito dinheiro, recursos e atenção pública fluem para este setor , mas como exatamente são divididos os despojos?”
Existe uma nova doutrina que diz que a biologia dá lugar ao sentimento, e o sentimento supera os fatos. A institucionalização da ideia de que a identidade de gênero é preponderante, e de que a forma como você se identifica confere automaticamente todos os direitos do sexo escolhido, é mais uma cortina de fumaça para dividir a população. Qual é o propósito em segregar as pessoas em grupos, a menos que o objetivo seja promover divisões e ódio mútuo? O conceito de “dividir para conquistar” é uma estratégia que envolve dividir um oponente ou um problema maior em partes menores e mais administráveis, a fim de lidar com eles separadamente e vencer a batalha.
O delírio ocidental é acreditar que a eliminação agressiva de partes inteiras de sua própria história pode reverter conceitos e valores antigos em prol de uma minoria. Os defensores desse chamado “progresso social” acreditam que estão introduzindo uma espécie de “nova consciência” à humanidade, quando, na verdade, estão contribuindo cada vez mais para o caos. A intensificação da ideologia de gênero e a crescente adoção da política de cancelamento impulsionada pelo movimento progressista estão erodindo os alicerces essenciais da humanidade. Estávamos progredindo em direção a uma sociedade mais diversificada, mas, agora, estamos todos confinados em nossas bolhas, desconfiando daqueles que não compactuam com nossas ideias. Isso é autodestruição, não pode ter um desfecho positivo.