Desde o início de sua existência, a humanidade lutou em guerras. A princípio estas guerras foram realizadas em terra, depois foram adicionados o mar, o ar e o espaço. Há algum tempo estas batalhas saíram do epicentro cinético e adentraram o mundo vasto das ideias. O armamento bélico de antigamente foi substituído pelo armamento psicológico. Não há mais carnificina, apenas o embate de histórias distorcidas. A inovação que a guerra cognitiva traz é atuar nos bastidores da mente.
Estamos vivendo a era da personalização em massa. Somos vulneráveis à customização de várias modalidades de comunicação e informação online, executada por meio do uso de diferentes plataformas. Esta manipulação cognitiva é realizada através de coberturas tendenciosas e partidárias, com o único intuito de recrutar seguidores e polarizar pessoas.
Mensagens, crenças e opiniões, podem ser sugestionadas, persuadidas e alteradas por “vantagens cognitivas”. Sem imposição ou coerção, seu receptor está ciente desta invasão mental racionalmente.
https://thenewglobalorder.com/world-news/the-epoch-of-cognitive-warfare-realities-and-ramifications/
Se a razão está ciente, o que foge aos olhos é a invasão inconsciente. A real intenção da guerra cognitiva é “hackear” a mente dos humanos através das vulnerabilidades do cérebro. A Inteligência Artificial em conjunto com narrativas distorcidas podem usufruir dessa “engenharia social” para reformatar o homem, e assim recrutá-lo.
O condicionamento humano é uma estratégia de guerra muito antiga, para se obter aquiescência e submissão. O mundo é repleto de símbolos, e estes símbolos condicionam a população numa esfera inconsciente. Como por exemplo a simbologia do “olho”. “O Olho Que Tudo Vê” está engendrado como símbolo de vigilância em nossa sociedade desde os primórdios. Os sumérios, considerados a primeira civilização do mundo, fizeram esculturas de suas santidades, aumentando significativamente os olhos para acentuar o senso de patrulha.
O “Olho Que Tudo Vê” também pode ser rastreado até o olho de Hórus, da mitologia egípcia. Símbolo de prosperidade, proteção e cura, o olho de Hórus vem sendo estudado e há uma nova interpretação interessante. Em nova pesquisa, especialistas indicam que o olho de Hórus tem uma conexão surpreendente com a anatomia do sistema nervoso do corpo humano, que vai além do sentido visual.
“Este símbolo tem uma conexão surpreendente entre estrutura e função do sistema nervoso. Partes do Olho quando sobrepostas a imagem de um cérebro, parecem representar a localização anatômica de cada sentido humano.”
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6649877/
Nas igrejas “O Olho de Deus” lembra o homem de que nenhum pecado ficará impune. Um exemplo alegórico do “Olho de Deus” pode ser visto na obra “Ceia em Emaús”, pintada pelo renascentista Pontormo.
Em 1782 Thomas Jefferson, Benjamin Franklin e John Adams adotaram o simbolismo do “Olho da Providência” no verso do Grande selo dos Estados Unidos. Interpretado como a representação da Divina Providência e sinal da vigilância compassiva de Deus sobre a humanidade. Este símbolo é fortemente enraizado no inconsciente coletivo das massas, pois está impresso na nota de dólar americana. Pode-se dizer que esta é uma referência estranha e chamativa para um símbolo de controle subliminar do Estado. Por conta da imagem heterogênea do olho com a pirâmide, algumas teorias associam este atributo místico da moeda à Maçonaria.
Existem milhares de outros símbolos ao redor do mundo que usam a emblemática figura do olho. Pode-se dizer que um globo ocular representado isoladamente tem seu próprio impacto psicológico inerente, como um sinal de autoridade, e implica em um senso de vigilância constante. A figura do “olho” transmite o sentimento e a presença de algum tipo de fiscal autoritário do comportamento humano, como se vivêssemos em um Big Brother em massa.
Outro símbolo muito poderoso e ambivalente é a suástica. A suástica, ou cruz gamada, foi inventada na Eurásia há 7.000 anos e representa o movimento do Sol no céu. A palavra em sânscrito significa “boa sorte”, um símbolo sagrado no hinduísmo, budismo e outras culturas do Oriente. Repleta de simbologias positivas, ela foi apropriada pelos Nazistas e subvertida em uma grande propaganda de guerra. A combinação de cores junto à suástica e algumas pequenas modificações em seu movimento, criaram um logotipo poderoso que representaria a “raça ariana”. Lamentavelmente esta adaptação anti-semita deu certo, transformou a suástica numa marca permanentemente ligada ao Partido Nazista.
O uso da simbologia como forma de condicionar pessoas vem evoluindo a maneira que os meios de comunicação também evoluem. Os símbolos ainda fazem parte do condicionamento humano, já enraizados em nosso DNA. Quando adicionados ao poder da palavra proferida em forma de rezas e discursos políticos, se tornam verdadeiros paladinos de comportamento.
Segundo Joost Meerloo, a verborragia repetitiva transforma o ser humano no que a psicologia chama de “agnósticos de símbolos”. São pessoas capazes apenas de imitação e incapazes de senso inquisitivo de objetividade, obscurecendo a perspectiva que leva ao questionamento e compreensão. Impedindo que os humanos produzam ideias individuais.
The rape of the mind: the psychology of thought control, menticide, and brainwashing.
De acordo com Sir Arthur Stanley Eddington, astrônomo, físico e matemático inglês que foi um filósofo da ciência e um divulgador da ciência:
“A verdadeira matéria de que o mundo é feito é exatamente a tinta mental. Ela fala de “coisas da mente”. Não adianta perguntar o que a tinta ‘cobre’. Isso significa que seu mundo é exatamente do jeito que você o vê.”
Retire a pintura mental e você terá o behaviorismo e – em grande medida – sua herdeira, a Ciência Cognitiva. O universo das realidades é infinitamente mais rico que o universo da física.
https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1068/p4301ed
Mas o grande padrinho do condicionamento humano foi Ivan Pavlov, fisiologista russo nascido em meados do século XIX. Ao pesquisar porque os cães salivavam, Pavlov descobriu o reflexo condicionado. A descoberta de Pavlov representava perigo iminente, pois as pessoas poderiam explorar esta técnica para obter ganhos, adquirir seguidores e influenciar pessoas num limiar inconsciente.
O cognitivo das massas vem sendo manipulado de diferentes formas há milhares de anos. Os meios de condução da guerra cognitiva surgiram no século XX, como um tipo de operação militar. As técnicas eram postas em prática através de publicações impressas, longas-metragens, obras literárias e outros tipos de propaganda. Hoje todos foram substituídos pela Internet. E dentro das redes até a publicidade está envolvida em um impacto sistêmico. Através deste impacto, os interesses de uma determinada pessoa são rastreados pela Inteligência Artificial. É como se deixássemos uma “pegada digital” que foi observada e rastreada pelo algoritmo. Neste momento as necessidades e prioridades pessoais do usuário são direcionadas sem que ele perceba. Hoje a batalha é pelo neurônio da população.
Embora muitos países não estejam preparados para táticas cognitivas de tal magnitude, a velocidade dos avanços tecnológicos vêm impulsionando a propagação desenfreada de informação. E este “boost” de informações vêm impactando no panorama geopolítico do mundo, sem causar uma guerra cinética e sim psicológica.
https://thenewglobalorder.com/world-news/the-epoch-of-cognitive-warfare-realities-and-ramifications/
Inicialmente a tecnologia de guerra cognitiva foi usada na Rússia, Ucrânia, Afeganistão e Cazaquistão. Se espalhando para outras nações como China e Estados Unidos. Esta tecnologia consiste no impacto sistêmico na consciência das pessoas e em seu modo de pensar. Modificando sua moralidade e compreensão do bem e do mal. Com o objetivo de nutrir expectativas sobre governos, subverter processos democráticos, induzindo a desarmonias civis e movimentos separatistas.
“As guerras modernas são travadas em vários “espaços” ao mesmo tempo, acompanhadas de apoio a protestos políticos, coerção econômica e desinformação ativa. Portanto, as guerras modernas são chamadas de “híbridas”.”
https://cybershafarat.com/2022/01/09/cognitive-war-next-generation-war/
Os principais propósitos da guerra cognitiva se concentram em substituir valores tradicionais pelos liberais. Deus e a família são substituídos pela Ciência e o Estado. A inexorável intenção é neutralizar conceitos de “nação”, “povo”, “dignidade”. Objetivos militares promovidos através das ideias dos globalistas, em forma de movimentos separatistas: Black Lives Matters, Antifa, Movimento Verde e outros. Muitos provenientes da cultura “Woke” que vem emergindo nos Estados Unidos e tomando proporções assustadoras.
Aqui no Brasil, esta guerra terá seu ápice neste ano de eleições. O clima de fraude e desconfiança nas eleições presidenciais de outubro próximo permeia no ar. Pode haver fraude como pode não haver. Mas é certo que o campo de batalha será nas redes sociais. O nome do presidente Jair Bolsonaro já vem sendo associado pela grande imprensa a teorias extremas relacionadas ao nazismo e fascismo, sem nenhum embasamento. Esta foi a roupagem que lhe deram para assim dilapidar sua reputação e governo. Mas o que muitos não sabem é que os controladores dessas empresas formam uma nova raça no panorama político mundial – a dos milionários de esquerda. Segundo a matéria publicada na Revista Oeste, a cabeça desses oligarcas mandatários funciona assim:
Sua cabeça é uma espécie de Diário Oficial do que passa, hoje, por “pensamento” da esquerdagem gratuita: são, 24 horas por dia, contra o “racismo”, a “homofobia”, a “masculinidade tóxica”, a “desigualdade”, os “ricos em excesso” e os caminhoneiros canadenses; são a favor da vacina obrigatória e de tudo o mais que você já está cansado de saber.
https://revistaoeste.com/revista/edicao-100/isso-aqui-e-a-casa-da-sogra/
Qualquer movimento do presidente é considerado por esta “esquerda caviar” como odioso e extremo, sempre ligado à um suposto “golpe” da Direita. Mas quando palavras de cunho agressivo e degradante são proferidas pela turma progressista, a narrativa soa normal e nunca é crucificada pela grande Mídia.
Em seu artigo “Por que torço que Bolsonaro morra” publicado pela Folha de São Paulo, o editor Hélio Schwartsman declarou de maneira impassível seu desejo pela morte do presidente. Disse que seria bom para o país que o presidente morresse (na época o presidente contraiu o vírus Covid-19). “Torço para que o quadro se agrave e ele morra”. Chega a ser sórdido seu fetiche pelo presidente.
Esta nova tribo que prega o diálogo democrata, finge condenar a polarização ignorando suas próprias palavras ofensivas. Em novo ataque aos opositores, a tropa do “ódio do bem” não hesitou em agredir os mortos. Caio Coppolla, em seu artigo referente à morte de Olavo de Carvalho faz uma análise sobre esta incongruente contradição entre discurso e ação. Ele cita Milan Kundera:
“Adeptos do ‘ódio do bem’ pregam um ambiente político tolerante e plural, mas nesse mundo teórico não haveria espaço para o comportamento deles mesmos”.
https://revistaoeste.com/revista/edicao-97/odio-do-bem-uma-constatacao-postuma/
Esta incoerência insustentável vale tanto para os influenciadores quanto para seus milhares de influenciados. O fatal destino do militante do “ódio do bem” é não perceber que ao espalhar este ódio ele se afasta inevitavelmente do bem que procura, atraindo mais animosidades e divergências.
Apesar de termos a impressão de estarmos vivendo a era do “politicamente correto”, seria coerente afirmar que estamos vivendo a era do “politicamente incorreto” . Com a sinistra sensação de estarmos sendo vigiados e manipulados, só que desta vez não pelo “Olho que Tudo Vê”, mas por algo que não conseguimos ver. Este é o papel da guerra cognitiva.
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